Holofote

Ana Pimentel aprova arcabouço fiscal apenas “por lealdade ao presidente Lula”

Ana Pimentel integra grupo de parlamentares que fizeram declaração de voto crítica ao projeto da nova regra fiscal (Foto: Pablo Valadares/Câmara Federal)

A deputada federal Ana Pimentel (PT) apresentou declaração separada de voto ao arcabouço fiscal em conjunto com outros 22 integrantes da bancada do PT e do PCdoB com críticas ao projeto e justificando sua aprovação como gesto de “lealdade ao presidente Lula”. O texto-base da nova regra fiscal para o controle das receitas e despesas do governo, que vai substituir o teto de gastos, herança do governo Michel Temer, foi aprovado na noite dessa terça-feira (23) pela Câmara dos Deputados.

Na declaração de voto, Ana Pimentel e os demais parlamentares consideram que o relatório do deputado Claudio Cajado (PP) “agravou sobremaneira as normas de contração dos gastos públicos, limitando fortemente a capacidade do estado de fazer justiça social e comandar um novo ciclo de desenvolvimento”.

Eles também lamentam o fato de não conseguirem “libertar o poder público do estrangulamento provocado pelos interesses do capital rentista, que busca subjugar o Tesouro ao pagamento de escorchantes juros da dívida pública, às custas do empobrecimento do povo brasileiro e da sangria de nossa economia”.

O grupo de parlamentares preservou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que segue com prestígio e confiança. O problema, conforme a declaração de voto, foi o relatório do deputado Cláudio Cajado que impôs ao novo regime fiscal uma redução “dura e imediata da dívida interna” quando se pretendia iniciar um “robusto ciclo de desenvolvimento sustentável e crescimento da economia”.

Entre os pontos considerados preocupantes na proposta aprovada, os signatários da declaração de voto destacaram as incorporações do Fundeb e do piso da enfermagem aos limites fiscais, além dos gatilhos que serão disparados no caso de não cumprimento das metas de resultados primários, como a proibição de realização de concursos e de reajustes dos salários do funcionalismo.