Holofote

Mudança no diretório do PT coloca novo rearranjo como desafio para Margarida

Juanito Vieira abriu mão da extensão do mandato até 2025 (Foto: Divulgação/PT)

A saída do professor Juanito Vieira do comando do diretório do PT de Juiz de Fora deve implicar em um novo rearranjo interno do partido nos próximos dias. Caberá à prefeita Margarida Salomão o desafio de apaziguar as disputas internas e manter o controle local da legenda. As conversas já começaram e devem resultar em mais espaço para algumas tendências do PT na administração.

O mandato de Juanito Vieira começou em 2019 e poderia chegar até 2025 a reboque da extensão dos mandatos da presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, e de todos os diretórios estaduais. Ele, no entanto, decidiu deixar o comando do diretório local no prazo previsto no estatuto. A decisão surpreendeu o entorno da prefeita, que apostava na manutenção do mandato pelo menos até 2024.

A vacância da presidência do diretório pode levar a um novo processo de eleição direta ou à plenária de consenso, quando as lideranças escolhem um novo dirigente por unanimidade. As duas possibilidades estão em discussão, mas sem uma definição. Como aconteceu em nível nacional, a aposta em uma saída consensual para evitar disputas internas deve prevalecer.

Juanito Vieira é ligado à tendência O Trabalho, mesmo grupo do deputado estadual Betão e da vereadora Cida Oliveira. Aos seus interlocutores, ele justificou a decisão pelo fato de ter planejado sua vida pessoal e profissional para exercer a função por apenas um mandato. No período, aconteceram as eleições de Margarida e do presidente Lula. A proposta de ser reconduzido até 2025, que foi confirmada no início deste ano, teria o surpreendido.

Embora não verbalizada por Juanito Vieira, a situação financeira do diretório do PT de Juiz de Fora é apontada por outros dirigentes com um dos complicadores para sua permanência. Em dezembro de 2022, a direção local anunciou o fechamento do imóvel da sede partido por falta de recursos, que estão sendo destinados ao pagamento de cobranças judiciais.

Com não bastasse, há um descontentamento no diretório quanto ao não pagamento das contribuições estatutárias por parte de mandatários municipais e de secretários da administração. A expectativa é de que todas essas questões estejam na pauta das conversas envolvendo a sucessão de Juanito Vieira.