Conjuntura

Renato Loures é afastado da direção da Santa Casa de Juiz de Fora

Renato Loures foi afastado a pedido do Ministério Público (Foto: Divulgação/Redes Sociais)

O médico Renato Loures foi afastado da direção da Santa Casa de Juiz de Fora pelo juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Juiz de Fora, Daniel Réche da Mota, a pedido do Ministério Público de Minas Gerais. O secretário-geral da entidade, padre José Leles da Silva, passa a responder como diretor-presidente. Também foi afastada uma arquiteta integrante do corpo de profissionais do hospital.

Os pedidos de afastamentos foram feitos no âmbito da investigação para apurar desvios de recursos públicos e privados da área de saúde para favorecimento pessoal. Empresas de arquitetura que pertencem à filha e ao genro de Renato Loures teriam se beneficiado do parentesco para obter contratos milionários com a Santa Casa de Juiz de Fora.

As investigações envolvendo Renato Loures ainda contemplam aluguel e reforma de imóvel próprio para a Santa Casa de Juiz de Fora, recebimentos indevidos de honorários médicos entre 2018 e 2019 sem a contraprestação laboral, adulteração de documental e recusa em apresentar documentos requisitados pelo Ministério Público.

As denúncias foram apresentadas ainda em 2019, a partir de quando o Ministério Público instalou procedimentos investigatórios para apuração. Nessa quinta-feira, por meio da Operação No Mercy, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, de sequestro de imóveis, de indisponibilidade de bens e de afastamento de cargos e empregos em Juiz de Fora e no Rio de Janeiro.

Os desvios, segundo o Ministério Público, chegam a R$ 8.679.400,84. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Santa Casa e na residência de Renato Loures em Juiz de Fora. No Rio de Janeiro, os investigadores estiveram na residência de sua filha e no escritório da empresa de arquitetura. Renato Loures, sua filha, seu genro e uma funcionária da Santa Casa de Juiz de Fora tiveram seus sigilos fiscais quebrados. Os contratos das empresas de arquitetura foram suspensos.

Por meio de nota, a Santa Casa de Juiz de Fora informou que está colaborando com as investigações e citou sua longa história de prestação de serviços ao município e à região. O Pharol tentou contato com Renato Loures, mas não obteve retorno.