Com crescimento contínuo no país desde 2017, o mercado de latas de alumínio, fortemente atrelado ao consumo de cervejas, viveu um revés na comercialização de embalagens em 2022. Dados divulgados pela Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio) revelaram um recuo de 4,7% nas vendas no ano passado na comparação com 2021.
O cenário de demanda comprimida do setor afetou o projeto da Ardagh Group em Juiz de Fora. A multinacional de embalagens para bebidas anunciou no ano passado a instalação de duas fábricas (embalagens de alumínio e de vidro) no município, com previsão de investimento total de R$ 2,4 bilhões e a geração de cerca de 680 postos de trabalho.
As duas unidades começaram a ser instaladas em um terreno que pertencia à montadora Mercedes-Benz, no Distrito Industrial. Conforme O Pharol apurou, as obras tiveram ritmo reduzido e parte dos trabalhadores contratados no início do ano foi dispensada. Houve ainda, segundo uma fonte ligada ao projeto, redução no valor do investimento.
Em março deste ano, durante visita às obras, a prefeita Margarida Salomão (PT) disse que a primeira parte do projeto terminaria em julho, quando seria instaladas as máquinas. A produção, segundo ela, seria iniciada em dezembro deste ano. O Pharol questionou a Ardagh Group se o cronograma será mantido. Até a publicação da matéria, a assessoria informou que ainda aguardava retorno da diretoria.
O balanço financeiro do primeiro trimestre de 2023 divulgado pela Ardagh Group apontou uma recuperação lenta do mercado no Brasil. De acordo com a Abralatas, as vendas foram comprometidas pelo clima relativamente mais frio, a reabertura de bares e restaurantes após o período da pandemia, além da corrosão do poder de compra com inflação alta.
No caso da Ardagh Group, a demanda foi agravada pela situação do grupo cervejeiro Petrópolis, que pediu recuperação judicial e, segundo o jornal Valor Econômico, estaria operando com menos de 50% da capacidade instalada de fabricação. Entre as marcas de cervejas do grupo estão Itaipava, Crystal e Petra.
O presidente da Abralatas, Cátilo Cândido, considera que, embora 2022 tenha sido um ano de ajustes, o setor se fortaleceu ao consolidar a diversificação de bebidas em lata, atualmente com mais de 20 tipos como a água, os drinks prontos e o vinho, além da conclusão de expansão em novas linhas de produção e fábricas.
Cátilo Cândido lembra ainda que, nos últimos 10 anos, o setor de latas de alumínio para bebidas registrou forte crescimento de 72% e que nos últimos 5 anos o Brasil recebeu investimentos de mais de R$ 1 bilhão de reais, com a abertura de novas fábricas, expansões e novas linhas de produção.
Nossa, parece bruxaria contra JF e região. Primeiro o grupo Oxys que fabricaria baterias de lítio e que simplesmente, faliu. E agora as fabricas da Ardagh. O que acontece? Porque JF não atrai mais investimentos? E quando atrai, se desmancham? Cabe uma boa matéria desses porques. Afinal, localização, mão de obra, Universidades, etc, a gente tem.