Tem uma teoria nos estudos de administração que premia a competência com a incompetência. Na falta de uma busca mais satisfatória da internet, aqui ela vai ser chamada de Síndrome da Incompetência. Funciona assim:
– Uma pessoa é contratada em uma empresa para realizar um tipo de trabalho. Faz a entrevista, consegue a vaga e assume o posto porque, naquele universo de concorrentes, se destacou como a melhor.
– Começa titubeando, ganha ritmo e chega até a propor inovações para o setor, chamando atenção dos chefes.
– Quando está no auge da competência na vaga para a qual foi selecionada, a pessoa é condecorada com uma promoção.
Dizem que isso quer dizer: você é muito boa nisso, parabéns, você é a pessoa ideal para fazer mais pela empresa em outro setor.
Na verdade, significa: agora você vai ser incompetente nesse lugar novo, se vire.
– A pessoa se vira, aprende, titubeia, ganha ritmo, sugere inovações e, pimba!, é promovida: nova incompetência.
Resumo: quando a pessoa está no auge da competência, se torna incompetente.
O Brasil, país cheio de peculiaridades, inventou a Síndrome da Incompetência Reversa.
Nascida e gestada no seio da Família Tradicional Brasileira, vem acompanhada do slogan dos pais: ele não daria em nada, então assumiu os negócios da família. Quando a cria é sui generis e nem para isso serve, há outra promoção: a política.
O tio Tancredo colocou o sobrinho para trabalhar na Caixa Econômica Federal e ele odiou tanto trabalhar que, além de não ter feito mais isso na vida, ainda privatizaria a instituição se tivesse sido eleito. Como não foi, chorou nos ombros dos outros e virou a alegoria abre-alas da propaganda de golpe.
O deputado Jair Bolsonaro, que em mais de duas décadas de mandato não conseguiu e nem tentou fazer qualquer coisa pelo Brasil (embora tenha feito pelos filhos, colocando cada um numa casa legislativa diferente), foi promovido a presidente. Quem sabe ali ele faz alguma coisa boa? É…
O deputado Nikolas Ferreira, do time do Bolsonaro, foi promovido a presidente da Comissão de Educação da Câmara. Justo ele, que nunca fez projeto para a educação. Segue a lógica: quem sabe ali na presidência ele faz alguma coisa além de perseguir professor?
Pelo histórico da Síndrome da Incompetência Reversa, sabemos o que pode sair dessa promoção.