Primeira suplente do PSOL na Câmara Municipal, Dandara Felícia anunciou, pelas redes sociais, que aceitou o convite do grupo da prefeita Margarida Salomão e vai se filiar ao PT. Sua mudança, como ela própria admite, passa por 2022. “BH (Belo Horizonte) que nos aguarde”.
Há duas semanas, quando a executiva municipal petista se reuniu, o grupo do deputado Betão fechou questão com a turma do vereador Juraci Scheffer, presidente da Câmara, para o partido ter candidaturas únicas à Assembleia e à Câmara federal. O antídoto não funcionou.
Na ocasião, apenas Scheffer enfrentava a concorrência interna. Ele anda às voltas com a pretensão do núcleo mais próximo a Margarida de lançar a secretária de Saúde, Ana Pimentel, como candidata a deputada federal.
Se Scheffer, na executiva, ganhou Betão como aliado de peso, agora foi a vez de Ana Pimentel, que terá Dandara para uma eventual dobradinha no município. Como não podia ser diferente, as duas movimentações aumentaram a temperatura dentro do diretório do PT de Juiz de Fora.
Para tentar arrefecer os ânimos, Margarida tem argumentado que, com o ex-presidente Lula de volta ao páreo, será possível reeditar a onda “vermelha de 2002” e eleger quatro petistas por Juiz de Fora: dois para Assembleia e dois para Câmara federal. Aposta arriscada.
Em 2002, Biel, que era vereador e foi candidato único à Assembleia, foi eleito com 42.204 votos, sendo 35.952 apenas em Juiz de Fora. Tivesse outro concorrente local que lhe amealhasse os votos, teria ficado pelo caminho.
Na mesma eleição, Paulo Delgado conseguiu se reeleger deputado federal com 51 mil votos em Juiz de Fora e 81 mil fora daqui. Bastavam 30 mil votos para ficar com a vaga. Tamanha facilidade se deve à fartura de votos petistas.
Para se ter uma ideia, Paulo Delgado e outros sete deram ao partido 1,4 milhão de votos. Patrus Ananias sozinho colocou 520.046 votos na conta petista. Se o PT local trabalha com a reedição desse cenário, Ana Pimentel e Scheffer descerão o Calçadão abraçados e eleitos no dia 2 de outubro de 2022.