Holofote

Como será a primeira visita de Bolsonaro a Juiz de Fora após a facada

Bolsonaro não vai passar pela Rua Halfeld, local onde sofreu atentado em 2018 (Foto: Felipe Couri)

Anunciada e cancelada pelo menos três vezes nos últimos 40 dias, a visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Juiz de Fora vai acontecer nessa sexta-feira (15). Será a primeira vez que ele retornará ao município onde sofreu um atentado durante a campanha de 2018.

A viagem faz parte da estratégia de consolidar a pré-candidatura do senador Carlos Viana (PL) ao governo de Minas Gerais. Com isso, o presidente terá um palanque próprio no segundo maior colégio eleitoral do país, após as investidas em uma dobradinha com o governador Romeu Zema (Novo) terem fracassado.

Bolsonaro desembarcará no Aeroporto da Serrinha (Francisco Álvares de Assis) às 9h, onde será recebido por aliados políticos e apoiadores. De lá, ele seguirá em “motociata” até o Centro Educacional e Social Betel, no início da Avenida Rio Branco, onde falará para pastores, evangelistas e missionários presentes na 43ª Assembleia Geral Extraordinária das Assembleias de Deus Madureira.

A proposta de participar do encontro foi defendida por Carlos Viana, que é evangélico e obteve ampla votação do segmento em sua eleição para o Senado em 2018. Por ser um evento com pastores e missionários de todo o estado, ele argumentou que o alcance do encontro transcende Juiz de Fora, ampliando o conhecimento sobre sua condição de candidato de Bolsonaro no estado.

O presidente é aguardado pelos evangélicos às 10h. O encontro será restrito aos participantes do evento da igreja, mas com possibilidade de transmissão pelas redes sociais. A previsão é de que Bolsonaro permaneça no local até as 11h. A expectativa é de que ele converse brevemente com os apoiadores na dispersão da “motociata”.

No final da manhã, o presidente será recebido pela equipe médica da Santa Casa de Juiz de Fora em encontro também restrito. Será mais um gesto de agradecimento pelo fato de a unidade hospitalar ter realizado o primeiro atendimento após o atentado sofrido em 2018, depois ele foi transferido para um hospital em São Paulo.

Bolsonaro tem repetido com frequência que recebeu uma “segunda vida” após o atentado e passou a se referir a Juiz de Fora como sua segunda cidade natal. Atualmente, a Santa Casa de Juiz de Fora enfrenta uma grave crise de falta de recursos. O hospital fechou o ano de 2021 com déficit de R$ 47 milhões. O presidente chegou a anunciar aporte de recursos para a rede hospitalar filantrópica no ano passado, que ainda não se concretizou.

Após a visita à Santa Casa de Juiz de Fora, Bolsonaro retornará ao aeroporto. Seus aliados políticos mineiros até a noite dessa quarta-feira (13) tentavam novas agendas na cidade, mas sem confirmação. Como possui compromisso no Ceará na manhã de sábado, a expectativa é de que o presidente não estenda sua permanência em Juiz de Fora.