Holofote

Baixa adesão política em protesto de cobradores causa mal-estar na esquerda

Coerência: Vereadora Cida Oliveira (PT) participou de protesto dos cobradores em Juiz de Fora (Foto: Kiko Halfeld)

A presença solitária da vereadora Cida Oliveira (PT) entre os cobradores durante protesto pela manutenção dos postos de trabalho na última terça-feira (16) causou mal-estar em parte da esquerda de Juiz de Fora. A ausência de outros parlamentares, de lideranças políticas e mesmo de sindicalistas foi alvo de crítica também dos manifestantes.

Pautas como mobilidade urbana e preservação dos contratos de trabalho sempre foram encampadas por PT, PDT, PSOL, PCdoB, PSTU, PV e Rede, maioria dos partidos que integram o fórum da esquerda no Congresso Nacional. Nenhum deles, no entanto, esteve representado oficialmente na mobilização dos cobradores.

Além da vereadora Cida Oliveira, o deputado estadual Betão (PT) usou suas redes sociais para apoiar a manifestação. “Não é plausível, num país que tem taxa de desemprego em 8,8%, corroborar com a perspectiva de eliminar postos de trabalho ao mesmo tempo em que se sobrecarrega os trabalhadores que permanecem.”

A vereadora Tallia Sobral (PSOL) também usou suas redes sociais para defender a manutenção dos postos de trabalho dos cobradores. “Somos contra a extinção do cargo de cobrador, pois ela coloca em risco os postos de trabalhos de dezenas de funcionários e sucateia ainda mais o serviço de transporte na cidade.”

Por meio de nota, a direção do PSTU de Juiz de Fora criticou a gestão da prefeita Margarida Salomão (PT). “Desde sua posse Margarida vem dando benefícios aos empresários do transporte.  Já concedeu subsídios públicos que, segundo o jornal O Pharol, chega a mais de 62 milhões de reais e agora autoriza a supressão de cobradores/as aumentando o lucro dos donos das empresas de ônibus.”

O PSTU também condenou o exercício de dupla função por motoristas. “Suprimir cobradores/as nos ônibus pode causar o desemprego de mais mil trabalhadores/as e, além disso vai obrigar motoristas a exercer dupla função, dirigir e cobrar passagem, aumentando a exploração desse setor da categoria que já trabalha em condições bastante precárias e expondo passageiros a risco.”

Não foram registradas manifestações públicas dos demais partidos, parlamentares, dirigentes políticos e sindicatos. Por meio de nota publicada em suas redes sociais, a Prefeitura de Juiz de Fora tratou o protesto como “distúrbios verificados no trânsito da cidade”.

1 comentário

Comentários estão fechados.